segunda-feira, outubro 16, 2006

A Salmonela e a Mulher da minha Vida

Uma salmonela, uma praga, doença visual, miopia ou estigmatismo, trata-se de uma salmonela órfão que cresceu onde tudo era imperfeita melancolia, ranger de dentes, angustia de mais um tortuoso caminho sem destino apenas o ostentar da bandeira do ser purpurina e repugnante lutando por uma cínica e hipócrita causa, religião, forma de tentar viver, a monogamia. Emergindo do seu império, escondido no refugio da palavra matrimónio, nasce uma nova arma, uma salmonela biónica, programada para colonizar os axónios dos pobres e idóneos seres à mercê de uma turva visão entre o claro nevoeiro daquela que poderia ser a mulher da sua vida, mas tratando-se apenas de alvos sexuais em movimentos harmónicos, sob o signo da função da razão dos cosenos da alma, pela raiz quadrada do desejo provocado por sinapses artificiais capazes de moldar os sentidos da vontade, libertadoras alucinogénicas, génese tumoral do sonho de encontrar a mulher da sua vida, que agora facilmente se torna cruelmente verdadeiro, aumentando a esfera maligna do matrimónio sob o signo de uma pseudo-afinidade que assenta sobre mais um temível plano do Monstro da Monogamia.

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