quarta-feira, fevereiro 07, 2007

A amanha da faneca

Numa noite chuvosa eis que dá à costa, da praia das Caxinas o temível Monstro da Monogamia. Os acontecimentos desenrolados nessa noite fizeram com que a arte ancestral da pesca da faneca ganhasse um novo significado. O Monstro acabado de desembarcar, e ainda coberto de algas, não perdeu tempo e sacando de um kit depilatório do bolso, cognitando arrancar à cera quente o lindo e farfalhudo bigode, das nossas varinas e mulheres mar, que à semelhança de Sansão, o bigode é a fonte de toda a genica verbal e força bruta, dessas filhas do mar das Caxinas, sem ele o asseado carrinho e sempre cheio de frescas fanecas deixará de percorrer as nossas ruas, deixando de se poder assistir à arte da disputa de clientes e à tão excitante guerra do arremesso da sardinha, mas as consequências de tenebroso acto não se verificar-se-ão apenas a nível lúdico, a economia, também, irá sofrer, o peixe ficará nas lotas, os pescadores passarão fome alimentando-se apenas de sal, a falta de peixe provocará um êxodo para o empobrecido interior, que por sua vez, com o afluxo populacional ficará mergulhado no caos, e jamais se poderá ir a um super mercado e perguntar, à senhora que lá trabalha, se amanha a faneca, e à quanto tempo amanha a faneca, e quantas vezes por dia amanha a faneca, e se algum dia deixará de amanhar a faneca, e se algum dia passará a amanhar algo mais chique como o cherne, e porquê???!! Moral da estória, um simples kit depilatório é capaz de mergulhar um país numa anarquia e tudo por falta de peixaxa!!

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